Outro tema que me anda a preocupar tem a ver com a publicidade a velas aromáticas e ambientadores. E aqui, a minha curiosidade é aguçada por questionar o que faz uma mulher libertar toda a sua líbido perante os aromas de uma vela ou de um ambientador. Num anúncio que circula agora, vemos uma mulher acender uma vela aromática, fechar as cortinas, apagar as luzes e deitar-se no sofá a olhar embevecida para a luz da vela, embriagada na essência libertada. E termina...
Ficamos sem perceber se estamos perante um anúncio de televisão ou de um trailer de uma nova produção do canal Playboy. E pode até ser constrangedor se estivermos a assistir a qualquer programa em família e surgir este anúncio. O silêncio ensurdecedor do incómodo perante a atitude da mulher e as suas velas aromáticas e o sem fim de possibilidades sobre o enredo da trama, não deixam ninguém indiferente e silenciam qualquer sala. O porquê deste comportamento perante um objecto que serve puramente para ambientar, deixa-me perplexo. Há vidas muito vazias...
Noutro anuncio, uma mulher decide esvaziar literalmente à bruta o seu spray ambientador pela sala, provocando-lhe, sem espanto, um intoxicamento que a leva a dançar pela sala sem noção do que está a fazer. Aqui vejo a marca da agência da Multiópticas...a mesma tipologia de comportamento originada por acontecimentos supostamente inócuos. Perante o olhar esgazeado do marido que irrompe pela sala no decurso desta dança atabalhoada, a mulher interrompe a sua coreografia e....o anúncio acaba. Mais uma vez, apenas podemos supor o que aconteceu a seguir, mas o horário nobre a que é transmitido o anúncio não nos permite vislumbrar a cena, mas o olhar dela prometia algo que deixaria o marido a precisar de tratamento sério.
Era mesmo necessário recorrer a isto para vender sprays ambientadores e velas aromáticas?
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