quinta-feira, 31 de julho de 2014

God Of War

Estou outra vez numa nova saga de God Of War. O incansável guerreiro espartano Kratos, apoderou-se novamente da minha PlayStation. Há tempos que estava para pegar em God Of War 3, mas só agora decidi entrar. Kratos está longe de ser uma personagem nova para mim. Tenho com ele aquela relação dificil de comando na mão sempre com algum receio que salte para fora do ecrã e se apodere da minha jovem existência e me arranque olhos ou parta pernas por simples prazer. Há quem diga que Kratos é a melhor personagem de sempre dos videojogos. A mais violenta será seguramente. A melhor não sei. Mas que Kratos vicia, isso é inegável.

Em God Of War 3, para além de toda a destruição sanguinária no seu percurso natural de vingança, Kratos embarca numa cena sexual com Afrodite. E aqui, tudo muda. Após derrotar escorpiões gigantes, bestas incontroláveis e, basicamente, tudo o que lhe apareça pela frente, incluindo vasos de barro só para ganhar pontos, Kratos entra no quarto de Afrodite que se encontra enrolada na cama com duas amigas. Kratos aproxima-se e somos convidados a embarcar numa aventura sexual. Para quem nunca experimentou carregar nos símbolos da PlayStation para executar performances sexuais ainda não descritas no Kamasutra, esta cena é o apogeu e algo para constar na Bucket List de qualquer pessoa sã. E o que temos de fazer? Basicamente combinações de "bola", "quadrado", "triângulo" e "bola" repetidamente e com intensidade crescente, para satisfazermos a bela Afrodite. O que ganhamos com isto? Pontos...e uma tremenda figura de anormal agarrado ao comando da PlayStation a debitar ferozmente nas teclas para que Kratos não deixe os seus créditos por mãos alheias. Até porque, se falharmos uma das combinações, Afrodite fica desapontada e logo pergunta "Sou demais para ti, é?". Convenhamos que após esventrar tudo e mais alguma coisa, não seria Afrodite a colocar em causa a masculinidade de Kratos e lá vamos nós outra vez até satisfazermos a jovem.

Cena terminada. Pontos arrecadados e alma lavada. Poderíamos pensar que Kratos ficaria mais manso, mas não...longe disso. 

Escusado dizer que todo o jogo é para maiores de 18. E se arrancar olhos, esventrar monstros, amputar pernas poderia ser suficiente para esta classificação, a cena de Afrodite justifica a classificação. Acho que ainda vou a meio do jogo e, segundo os cálculos do meu ficheiro de gravação, já vou com mais de 9 horas jogadas....A coisa promete....


sábado, 15 de fevereiro de 2014

A Chucha da Bernardina e a Bilha da Cátia



Não há limites para o que as ex-concorrentes da Casa dos Segredos e do Big Brother conseguem fazer. Ávidas de sucesso, protagonismo ou outra coisa qualquer, seja a que custo for, as simpáticas meninas, depois de nos presentearem durante meses com autênticas bojardas televisivas e com o mais reles comportamento, capaz de afugentar o tráfego do Red Light District, em horário nobre de televisão, eis que acharam (ou alguém achou por elas porque os neurónios que supostamete deveriam ocupar uma pequena parte dos seus cérebros pura e simplesmente esfumou-se) que o mercado da musica popular portuguesa brejeira precisava do seu contributo. Mas não...

A ver se nos entendemos. Uma coisa é brejeirice popular ao estilo da Rosinha que denota produção, arranjos, uma escrita bem pensada (dentro do género, claro), mas, acima de tudo, bem cantada. A Rosinha sabe cantar e tem uma grande voz. Outra coisa é sermos confrontados com "Tira A Mão da Minha Chucha" da Bernardina ou "O Rapaz da Bilha" da Cátia Palhinha. Estas duas jovens pura e simplesmente não sabem cantar e, muito menos, têm a mais pequena veia artística dentro delas para interpretar, cantar, dançar, em suma, entreter. São só muito más! É que isto nem diverte, só deprime.

O vídeo da Bernardina arranca com o brilhante "Tira Bilhete", antes mesmo de tentar cantar o que quer que seja. Esta frase, em loop, poderia ser uma mensagem de voice mail de qualquer serviço de acompanhamento rasca do Martim Moniz. Tira bilhete??!! A Cátia Palhinha ainda não tem video do seu hit "O Rapaz da Bilha". O que temos no YouTube é uma performance ao vivo numa das galas da casa dos Segredos, num playback manhoso, com três rapazolas mariconços a bambolearm-se atrás dela. Mas o que é aquilo??!!

Sinceramente, acho que atingimos o limite da humilhação pública. A Cátia Palhinha diz que quer ser artista pimba. Minha amiga convém que, para isso, saibas cantar! É o mínimo...Ponham-nas no Salão Erótico em lutas de lama, na Feira Agrícola de Santarém junto às vacas a promover a carne portuguesa, ao junto às porcas a promover o belo presunto lusitano, agora a cantar é que não!

#012 - Rita Ora - GQ UK - 08-2013


sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Blush Lingerie...e está tudo dito!


Mariah Carey



Não é bom quando chegamos aos quarenta e gostamos de mostrar que ainda estamos cá para as curvas? Mariah Carey fez precisamente isso na sua mais recente aparição em público. Com uns quilinhos a mais, fez sobressair, com grande pompa e circunstância, as suas maminhas, numa performance épica. Acho que ninguém a ouviu. Se os seus dotes vocais se mantêm inalterados, acho que ninguém consegue comprovar. Mas, ao que parece, os seus seios foram recauchutados, ganharam nova vida e querem espreitar para lá do generosos decote que Mariah ostentou.

Sempre tive mais atenção aos videoclips de Mariah Carey do que propriamente às suas musicas. Sou daqueles que também acha que ela berra um pouco, mas esta nova Mariah Carey meets Dolly Parton encanta-me ainda mais e vou estar atento às próximas datas dos seus concertos. Para quando um versão Blu-Ray em 3D de um concerto da Mariah? É para ver com óculos e capacete, certo?

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Patrizia D'Addario



A edição desta ano do Eros Porto, VII Salão Erótico do Porto tem, como convidada de honra, Patrizia D'Addario. A bela italiana, ex-namorada de Berlusconi, marca presença neste reconhecido certame como convidada de honra. E que honra para nós recebermos tão ilustre visitante! 

Patrizia D'Addario, uma ex-prostituta, esteve na base de um dos escândalos sexuais de Berlusconi ao revelar, em 2009, pormenores dos seus encontros com o então primeiro-ministro italiano. Ficou célebre a frase "...aguentou até às 08h00 da manhã. Pensei que tomava alguma coisa, mas a única coisa que tinha por perto era uma chávena de chá." Brilhante...

Mas melhor que tudo isto, foi o nome do livro que publicou, com relatos pormenorizados dos encontros com Berlusconi e com alguma elite política italiana, entitulado "Desfrute, Primeiro-Ministro". Lindo ou não?

Encontro marcado com Addario para um chá das 5 no Eros 2014?

O Puto Alberto



É sempre gratificante quando temos alguém com, supostamente, cargos importantes de governação, como é o caso de Alberto da Ponte, Presidente do Conselho de Administração da RTP, a dizer bacoradas em entrevistas. Dizer que na RTP "há quem não faça puto", eleva a questão do funcionalismo público para outro nível, ainda para mais, quando falamos do Presidente do Conselho de Administração da empresa pública de...comunicação! Pois bem, nada como comunicar correctamente para dentro. Todos entenderam a mensagem...

Mais correcto, na semântica do Alberto, seria dizer que na RTP há bué de gente que não faz puto. Faltou só isto ao Alberto. Ou então, há gajos a mais e umas chatas do caraças que só atrapalham e que deviam estar em casa a lavar roupa e a passar a ferro. Se não nos esquecermos do percurso do Alberto, lembramo-nos que ele veio da Central de Cervejas. Jolas e tremoços faziam parte do universo do Alberto. Nada como uma jogatana de bola a arrotar e a beber jolas. Ou seja, a não fazer puto...

Certo que o Alberto já disse que exagerou. Mas o mais inacreditável é que sequer tenha acontecido com alguém com o percurso do Alberto. Queremos sempre voltar aos nossos tempos de jovens imberbes e dizer umas bacoradas. Mas no conforto do nosso lar ou entre amigos chegados. A um jornalista? Algo vai mal quando quem devia saber comunicar é o primeiro a dizer alarvidades.

Volbeat



Poucas coisas me enchem mais a alma do que descobrir uma banda nova que me faz saltar da cadeira ou pôr o volume do rádio acima do aceitável. Aconteceu-me isso com os Quireboys em 1990, estava eu a trabalhar na Rádio Clube de Cascais, actual 105.4. Lembro de me passarem para as mãos uma cópia recém chegada de Londres de A Bit Of What You Fancy e de eu, pura e simplesmente, ter posto o disco a tocar de uma só vez de rajada (claro que apenas fazendo uma pausa para virar o vinil do lado A para o lado B...que saudades). 

Pois bem, com tudo o que aconteceu no mercado musical de 1990 para cá, com o fim do Rock tradicional, com o surgimento e fim do Grunge, com a ascensão meteórica do R&B e com os tops inundados de músicas feitas por produtores e DJs, para mim, encontrar música verdadeira feita por músicos verdadeiros, com tudo o que é lançado hoje em dia, é como encontrar uma agulha num palheiro. De vez em quando lá me pico, mas nunca jorra muito sangue... 

Nunca deixei de pesquisar alguns sites de referência à procura de algo novo que estivesse suficientemente fora das playlists das rádios nacionais ou do top da Billboard. Por sorte não deixei de o fazer e por sorte, muita sorte, encontrei os Volbeat. 

Estes dinamarqueses fizeram-me saltar da cadeira da primeira vez que ouvi Lola Montez, uma sensação que não experimentava há muito tempo e que me devolveu a confiança ao fim de tantos anos. Afinal nem tudo está perdido...Descobri que Outlaw Gentleman & Shady Ladies é já o quinto disco de originais! Quinto! Depois de me chicotear por nunca ter ouvido falar deles, dei por mim, no último mês, a descobrir a carreira desta banda. O vocalista, Michael Poulsen, tem só das vozes mais poderosas que ouvi nos últimos tempos. No YouTube descobri versões ao vivo que certificam que a sua voz ainda é mais poderosa ao vivo. Até arrepia!

Os Volbeat chegaram ao meu iPod (e mais vale tarde que nunca) com toda a pujança! Para quem ainda não teve o prazer de os ouvir, recomendo seriamente. Pode ser que tenham a mesma sensação do que eu. 

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Dia Seguinte...a um Derby Perdido

O dia seguinte a um Benfica-Sporting em que o meu Sporting perde e, ainda para mais, de uma forma clara e inequívoca, é daqueles dias em que me apetece emigrar para um sítio qualquer nos confins do mundo para, no mais profundo isolamento, carpir as minhas mágoas. Sei que o meu clube está a passar por um período de profunda transformação e renovação. E que não seria plausível que passássemos de um miserável sétimo lugar para campeões. Temos de dar tempo ao tempo e esperar que equipa técnica, jogadores e direcção trabalhem calmamente como têm feito até aqui, para voltarem a colocar o nosso clube no lugar que merece e que é seu por direito próprio.

Certo que as exibições, os resultados, o facto de ainda sermos a melhor defesa e o melhor ataque, mesmo depois de perdermos com os nojentinhos, empolgaram os sportinguistas e fizeram-nos acreditar que era possível bater os milhafres na capoeira deles. Não foi possível. Mas pior do que isto foi ter perdido categoricamente. Não me lembro de um Sporting tão apático e inofensivo. E o que irrita é que a nossa pálida exibição logo exulta os eternos jornalistas subservientes e agigantarem a ave de rapina numa exibição brilhante que afogou o leão. Meus caros, o leão pura e simplesmente não esteve lá. Escusam de se agigantarem como sempre, porque perdemos por falta de comparência. Nem o Enzo Perez foi Gigante, nem os jogadores do Benfica foram avassaladores. Tenham calma...

Na bucólica paisagem que eu queria que me rodeasse após um derby perdido, vou carregar a minha pressão de ar e disparar uns tiros para o ar. Pode ser que acerte num bicharoco de rapina que por ali ande, que me acalme o espírito, devolva a serenidade e me permite acordar, amanhã, novamente imbuído de um espírito de conquista para enfrentar o difícil jogo com o Olhanense no próximo Sábado e esperar que o Paços de Ferreira dê uma ajuda na recepção aos viscosos nos Domingo. Haja fé...

Stephen Ward



Há sempre bons motivos para voltar a Londres. A estreia de um novo musical de Andrew Lloyd Webber está no topo. No final do ano passado estreou Stephen Ward, no Aldwych Theatre. Mais uma vez, Webber colabora com Don Black e Christopher Hampton, os seus letristas de eleição, para um musical que aborda a vida de uma das principais figuras do caso Profumo que abalou a Inglaterra dos anos 60. 

Sendo que já levo alguns musicais de atraso, tenho mesmo de rapidamente voltar ao West End para uma semana de actualizações na matéria.

Pelo que consegui ouvir do Original Cast Recording, Webber continua em grande forma, com um elenco escolhido a dedo de onde sobressaem Alexander Hanson (Stephen Ward), Charlotte Spencer e Joanna Riding. 

Para os afortunados que estão ou estarão em breve em Londres, Stephen Ward viu a sua primeira temporada prolongada até 31 de Maio.

Todas as informações no site oficial do musical em: http://www.stephenwardthemusical.com/

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Uma questão de Belfies...

É sempre estimulante descobrir uma nova tendência que origina um novo vocábulo que rapidamente se transforma numa nova moda. Depois do sucesso das Selfies, eis que agora surgem as Belfies, que mais não são do que fotos de rabos tiradas pelas próprias. Mais surpreendente é ter figuras públicas a disseminarem pelas redes sociais Belfies mais ou menos conseguidas ou, em muitos casos, que nos fazem ter aquela sensação de vergonha alheia. Há rabos que, pura e simplesmente, não deviam sair do conforto das calças. Para bem de todos...

Uma das Belfies mais famosas é a capa do single Do What U Want de Lady Gaga em que somos violentamente confrontados com o seu traseiro numa pose que arrepia o mais franciscano dos monges. Ter o traseiro de Gaga associado ao termo Do What U Want, implica o imediato recolhimento e uma eterna dedicação ao mais puro celibato. Não queremos isso....Para além de Gaga, também Kim Kardashian resolveu brindar-nos com o seu traseiro. Também não queremos isso...

O Homem sem Blogue dissertou muito bem sobre o tema e definiu três níveis de Belfies: Belfie Com Classe, Belfie Não Me Aquece Nem Me Arrefece e Belfie Que Considero Desnecessária. Concordo com tudo, menos com a classificação da Belfie da Heidi Klum na categoria desnecessária, só porque mostra um pouco mais. Mas a Heidi é a Heidi...deixá-la estar.

O problema destas modas é quando começam a extravasar para o ridículo e começam a aparecer fotos que não têm nada de bom para a vista. Bem pelo contrário...Haverá Belfies pelas quais o mundo anseia, mas temo que essas nunca verão a luz do dia, ou o flash da câmera. E isso é que é uma pena. Se as Belfies não fossem mais que um serviço público de partilha de belíssimos rabos que embelezam o nosso mundo, eu seria um emabaixador acérrimo desta moda. Mas, pelo que tenho visto até agora, ou isto ainda está muito no começo, e o melhor ainda está para vir, ou isto é só tão deprimente como ir à Praia dos Gémeos em Carcavelos e ver senhoras de alguma idade, despreocupadamente, em Topless. E se eu gosto das tostas do Bar dos Gémeos...mas convenhamos que aquela esplanada merecia melhores vistas.

Vou aguardar serenamente pelas próximas Belfies e prometo partilhar alguma que realmente faça desta moda algo que valha a pena...

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Woody e os Farrow



Sou um fã incondicional de Woody Allen e custa-me muito ver a sua privacidade invadida por alegadas insinuações de possíveis abusos sexuais a Dylan Farrow, a filha que adoptou com Mia Farrow. Não que tenha, por opção, uma rejeição antecipada a tudo o que me queira destruir um ídolo (não sou tão obtuso), mas porque este temática, em concreto, tem sido alvo de tantas incoerências, manipulações e possíveis verdades que, pelo menos, devemos dar o benefício da dúvida a quem é alvo de uma acusação tão grave como esta.

Li no Arrumadinho que Woody Allen, para ele, tinha morrido, enquanto homem, actor, realizador e pessoa, só pelas insinuações. Não aceita um génio pedófilo, concluindo até, que o seu relacionamento com a actual mulher (que é um facto que começou quando ela tinha apenas 18 anos mas que já dura há 13 anos...) é só mais uma prova da predisposição de Allen para se envolver com criancinhas. Pois bem, discordo e dou o benefício da dúvida. E, uma vez mais, não por ser um fã incondicional de Allen, mas porque a história recente a isso me obriga. Ponderação e bom-senso.

Enquanto pai orgulhoso que sou de uma linda menina, lembro-me que, quando ela era pequena, de a acordar todos os dias enrolando-me na cama com ela em mimos e manifestações de carinho próprias de uma relação salutar entre um pai e uma filha. E lembro-me que a cama dela estava encostada a uma janela e de pensar que um dia ainda seria acusado de pedofilia por algum vizinho mais histérico e insensível. Ou mesmo que um dia, a minha filha num ataque de raiva por algo que lhe tenha feito ou se quisesse aproveitar-se de um súbito reconhecimento público do pai, me viesse acusar de tamanha barbaridade. Mas esta é a sociedade de informação rápida em que vivemos e que subitamente transforma pessoas em criminosos ao mais pequeno ataque, ainda para mais, quando falamos de algo tão ignóbil como o abuso sexual de crianças.

Mas voltemos aos factos. Dylan Farrow acusa o pai, numa carta aberta, a 1 de Fevereiro deste ano, depois do anúncio de que o pai ia ser condecorado com um prémio carreira nos Globos de Ouro. Desenterra uma história com mais de 20 anos, com um relato pormenorizado do suposto abuso. E, ao que parece, a família não está unida neste tema, ao contrário de alguma opinião pública, pelos vistos mais informada e na posse de elementos que todos desconhecemos. O irmão, Moses Farrow manifesta publicamente a sua opinião. Para ele, nada daquilo poderia ter acontecido, muito menos naquele dia em que estavam todos em casa. Uma semana depois, Woody Allen, finalmente, responde às acusações também através do New York Post. Clama a sua inocência e acusa Mia Farrow de manipulação.

O que fica disto tudo é um enorme tristeza pelo desbaratar do tema. Não consigo concluir que Allen abusou nem que Dylan esteja a mentir. Simplesmente não tenho como acreditar em nenhum dos lados. Tenho para com a pedofilia um sentimento estranho que me entorpece o raciocínio e a clarividência. Para mim, nada menos que a pena de morte para os estupores que conseguem abusar de uma criança e achar isso normal. Não é, e muito menos pode ser tolerável numa sociedade moderna. Mas não consigo conceber também que tenhamos avançado tanto em direitos e garantias para todos e consigamos condenar alguém, num caso destes, apenas com base em provas testemunhais. O que aconteceu com Carlos Cruz é só assustador (sim...sou daqueles que acha que ele é inocente e não porque o considere um brilhante apresentador ou porque tenha uma enorme estima por ele ). Mas foi condenado com base em depoimentos que já vimos como foram manipulados. Neste caso, não restam dúvidas que crianças da Casa Pia foram abusadas, mas terão sido por estes que foram acusados? Não sei e tenho dúvidas...

Quanto a Woody Allen, sempre explorou a sexualidade, os desarranjos psicológicos, as relações incertas e fugazes, a paranóia e a medicação extrema para devaneios e inseguranças. Para quem não gosta do tema ou das personagens que brilhantemente desenvolve poderá ser fácil concluir que Allen é apenas um tarado, um pedófilo e poder-se-á dizer que se pôs a jeito para este tipo de acusações. Não creio. Mesmo...mas nunca se sabe. Agora nunca com base nesta lavagem de roupa suja familiar. Isso não.


quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Ricardo Araújo Pereira - De fedorento a estúpido...



Sou um sportinguista assumido. Sem medos, rodeios, fanático e com muita adrenalina sempre que o Sporting joga. Consigo vibrar com cada golo marcado e sofrer com cada derrota. Durmo melhor se ganhamos e nunca gostei do acordar após uma derrota. Discuto, argumento e tenho sempre uma palavra para acender uma conversa com todos os meus amigos benfiquistas e portistas. Sou irracional por vezes. Estúpido muitas vezes. Mas sou eu...na minha pequenez de adepto fervoroso. E sou pai. De dois sportinguistas. Que o são, e muito, pelo que o pai é . Orgulho-me disso. Deve ser triste ser como eu e ter filhos de outro clube que não este. Conheço algumas derrotas paternais neste domínio e consigo entender essas dores. Mas filhos são filhos.

Até posso na minha pequenez dizer alarvidades como “dormem num anexo se forem lampiões” ou algo pior. Já o disse. Mas ficou na pequenez da minha sala e do meu grupo de amigos. E acho que os meus próprios filhos têm noção da estupidez que encerra qualquer declaração deste género. O futebol é assim e faz isto.

Agora se eu fosse uma figura pública, por muito odiada ou amada, consensual ou ignorada, não teria qualquer problema em revelar a minha profunda admiração clubística, mas teria, necessariamente, alguma contenção. Deixar a pequenez da minha sala, onde as minhas enormidades ficam para os presentes, para extravasar publicamente idiotices de fervoroso adepto idiota envolvendo, ainda por cima, uma orientação dos meus filhos estaria para além do limite do razoável ou da piada ingénua.

Ricardo Araújo Pereira, o eterno Gato Fedorento que tanto admiro, passou de fedorento a estúpido com uma declaração infeliz. Afirmar publicamente, ainda para mais numa cerimónia de entrega de prémios de uma associação homossexual, que preferia que as suas filhas fossem lésbicas do que do Sporting é entrar num domínio de profunda imbecilidade. E Ricardo até gosta de parecer inteligente. Tem a mania que conhece muitos autores e cita frequentemente uns quantos. Tem a mania que é político e que basta dizer umas graçolas a criticar tudo o que os políticos fazem para se parecer mais culto, erudito, informado e atento. Pois a mim parece-me que tanta leitura o confundiu e tantos livros o deixaram baralhado sobre regras básicas do que a popularidade encerra enquanto termo. A amplificação tem destas coisas e Ricardo deixou-se levar, como um miúdo de escola ingénuo, para um terreno complicado.


Perdoamos tudo a um humorista? Sim, claro. Mas nem tudo o que tem graça é engraçado e a fronteira de fedorento para estúpido também é ténue. Que aterrou do lado de lá, aterrou. Continuarei a ouvi-lo ou a vê-lo no seu território natural de humorista? Sim. Não deixou de ser excelente e um dos melhores na sua área, por muito que entenda que a sua melhor fase já passou. Que deixarei de o ouvir fora disso? Claro. É só um imbecil...

Cristiano Ronaldo - Balon D'Or 2013



Acho hilariante a contestação feita aos sportinguistas pelo facto de regozijarem e de recolherem créditos pelo facto de Cristiano Ronaldo ser considerado, pela segunda vez, o melhor jogador do mundo. Parece-me incontestável que um clube que formou um jogador durante 7 anos recolha créditos pela sua performance futura. Parece-me também incontestável que nenhum clube português tem, actualmente, capacidade para dar visibilidade suficiente a um jogador para que ele seja distinguido com este prémio. Se olharmos para a lista de clubes premiados, reparamos que nenhum clube português figura nessa lista, nem mesmo o Benfica de Eusébio. Só o Barcelona e o Real Madrid têm, em conjunto, 16 distinções para jogadores seus. É outra realidade que temos de assumir e só os adeptos do Benfica, na sua eterna glorificação bacoca é que continuam a acreditar que é possível atingirem esse feito, como aliás, tantos outros que fazem parte do imaginário alucinogénio coletivo que impera por aquela freguesia do concelho de Lisboa.

Dizer que o Ronaldo só se fez jogador depois de ingressar no Manchester United aos 19 anos pressupõe que este clube inglês seja uma máquina de talentos e que ganhe este prémio todos os anos. Pois bem, o Manchester só ganhou este prémio em toda a sua história uma única vez. Em 2008 com...Cristiano Ronaldo. Pelo que, o talento já lá estava quando ele ingressou no clube após 7 anos de formação contínua como homem e jogador em todas as suas vertentes de jogo. Que engrandeceu e teve maior visibilidade em Inglaterra, parece-me óbvio, mas ignorar isso é ignorar que a Liga Inglesa é um palco como muito poucos, ao ponto do Benfica se ter endividado para comprar os direitos da liga inglesa para ter alguma oferta de jeito no seu canal do clube.


Enquanto sportinguista tenho uma enorme orgulho em Cristiano Ronaldo e um orgulho ainda maior de o ter visto jogar de leão ao peito. O seu sportinguismo também me parece inquestionável em todas as declarações que faz. Não me choca a eterna glorificação bacoca do Benfica nem o desprimor com que olham para tudo o que não seja vermelho mas, como nem tudo o que reluz é ouro, nem tudo o que não é vermelho é mau. E Ronaldo é verde e bem verde e o melhor do Mundo. Temos pena e aceitem isso sem levarem tão a peito o facto de a nossa academia ser a única do mundo com dois jogadores premiados como Melhor Jogador do Mundo, algo que está a léguas da vossa compreensão.
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